Raio-X em 3x4

segunda-feira, novembro 30, 2009 0 comentários

Foto do Castro – Praça Tiradentes


Castro Carvalho Pereira começou a fotografar profissionalmente aos 18 anos. Ainda criança, aproveitava as visitas do tio José Ferreira, que era fotógrafo, para mexer na câmera e tentar descobrir o que tinha ali dentro.

Com duas cabines na Praça Tiradentes, próximo ao Camelódromo, Castro tem uma vasta clientela. Diariamente, homens, mulheres, crianças tiram fotos 3x4. Pela dúzia de fotos, Castro cobra seis reais. Ali, na hora, ele posiciona o cliente, ajeita daqui, desentorta dali e clica. Quinze minutos depois, as fotos estão prontas. Ele não faz a impressão. Pra isso, terceiriza o serviço. As imagens são levadas ao estúdio de revelação (o mais barato, enfatiza) e são impressas. Sobre o lucro, ele disse que paga em torno de R$1,50 e R$2 para o estúdio e o resto é o que ganha.

O interesse em manter duas cabines de fotografia na Praça monopoliza o serviço. Por conta disso, Castro explica “um amigo meu que trabalhava aqui, cansou de fotografia e arranjou outro ofício. Como ele deixou a banquinha dele aí, resolvi usar. De acordo com a posição do sol, eu mudo de lugar”.

Casado há 26 anos e pai de três filhos, Castro, que recebeu esse nome em homenagem ao poeta baiano Castro Alves, diz que durante muitos anos sustentou a família apenas com o dinheiro dos seus cliques. Lembrando do trabalho ainda com as câmeras analógicas, Castro se mostra saudosista. “Pra mim, a captura da imagem na câmera com filme tem melhor qualidade, fica bem mais bonita”, declara. Ele ainda utiliza uma máquina analógica, uma câmera PRAKTICA 35-70mm, usando filmes de 200 e 400 asas.


Nascido em Imperatriz, o fotógrafo disse que construiu uma câmera instantânea feita num caixote e que conseguia tirar até 4 poses na invenção. Por conta do seu trabalho, viajou bastante. Percorreu várias cidades do Pará, Maranhão e Tocantins, confeccionando lembrando escolares para as datas comemorativas. “Tenho certeza que você tem uma foto dessas”, afirma. Além disso, fez fotos em muitos batizados, aniversários e casamentos. Ele também clica nas horas vagas e gosta de fotografar pessoas em movimento (já que isso não lhe é proporcionado nas fotos 3x4), jogos de futebol e fenômenos da natureza. Vez ou outra, brinca com as imagens manipulando-as no computador.

Atualmente, Castro usa uma câmera Sony 7.2 megapixels e trabalha das 08h às 17h. Na cabine, ele disponibiliza paletós, pente e pó compacto para o cliente que queira se produzir antes de ser retratado. Entre uma câmera digital e outra analógica, “a vantagem da máquina digital é a agilidade que ela proporciona. Além disso, a pessoa pode visualizar como ficou a foto e se quiser, a gente apaga e faz outra”, completa.