“De modo que aqui estamos, manobrando, vacilantes e desconfortáveis, entre dois mundos notoriamente distantes um do outro e com pendências entre si, mas ambos desejáveis e desejados – sem passagens claramente traçadas, para não falar de caminhos trilhados entre ambos.



Trechos retirados do livro “Amor Líquido” de Zygmunt Bauman

Cartuns: Daniel Ponciano/ http://meuamormeuhumor.zip.net




“Viver juntos pode significar dividir o barco, a ração e o leito da cabine. Pode significar navegar juntos e compartilhar as alegrias e agruras da viagem. mas nada tem a ver com a passagem de uma margem à outra, e portanto seu propósito não é fazer o papel das sólidas pontes (Ausentes).


(...)


Se você sabe que seu parceiro pode preferir abandonar o barco a qualquer momento, com ou sem a sua concordância (tão logo ache que você perdeu seu potencial como fonte de deleite, conservando poucas promessas de novas alegrias, ou apenas porque a grama do vizinho parece mais verde), investir seus sentimentos no relacionamento atual é sempre um passo arriscado. Investir fortes sentimentos na parceria e fazer um voto de fidelidade significa aceitar um risco enorme: isso o torna dependente de seu parceiro (embora devamos observar que essa dependência, que agora está se tornando rapidamente um termo pejorativo, é aquilo em que consiste a responsabilidade moral pelo Outro."


[Amor Líquido de Zygmunt Bauman]


“I could be your fag hag
And you could be my gay
I'll never make you feel sad
When you come out to play”

[Fag Hag, Lily Allen]




Além do Aurélio - A gíria americana Fag hag identifica a mulher heterossexual que curte sair com gays (homens) mesmo sabendo da orientação sexual deles. No Brasil, elas são chamadas de Maria Purpurina.


"E assim é numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto pronto para uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exigem esforços prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do dinheiro."






"Em todo amor há pelo menos dois seres, cada qual grande incógnita da equação do outro. É isso que faz o amor parecer um capricho do destino – aquele futuro estranho e misterioso, impossível de ser descrito antecipadamente, que deve ser realizado ou protelado, acelerado ou interrompido. Amar significa abrir-se ao destino, a mais sublime de todas as condições humanas, em que o medo se funde ao regozijo num amálgama irreversível. Abrir-se ao destino significa, em última instância, admitir a liberdade do ser: aquela liberdade que se incorpora no Outro, o companheiro no amor.


(...)


Sem humildade e coragem não há amor. Essas duas qualidades são exigidas, em escalas enormes e contínuas, quando se ingressa numa terra inexplorada e não-mapeada. E é a esse território que o amor conduz ao se instalar entre dois ou mais seres humanos."


[Retirado do livro Amor Líquido de Zygmunt Bauman]

Expectativa

quarta-feira, junho 10, 2009 2 comentários

Jornalista, só com o diploma





O Superior Tribunal Federal está prestes a julgar Recurso Extraordinário RE 511961, que discute a obrigatoriedade da formação em Jornalismo para o exercício da profissão.

Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas, o recurso RE 511961 é o terceiro na ordem da pauta. O relator é o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes. Antes serão apreciadas a Ação Penal do Mensalão (AP Nr 470) e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF Nr. 172), relativa ao caso do menino cuja guarda está sendo disputada judicialmente.

Para defender o direito da sociedade à informação de qualidade, estudantes, profissionais e apoiadores promovem, a partir das 14h, uma manifestação em frente ao TSF, em Brasília.


Diploma de Jornalismo/ Recurso Extraordinário - RE 511961
Relator: ministro Gilmar Mendes Sindicato das empresas de rádio e televisão no estado de São Paulo – Sertesp e Ministério Público Federal x União Recurso extraordinário contra a obrigatoriedade do diploma de jornalista para exercício da profissão. O recurso contesta um acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região que afirmou a necessidade do diploma, contrariando uma decisão da primeira instância numa ação civil pública. No RE, o Ministério Público Federal sustenta que o decreto-lei 972/69, que estabelece as regras para exercício da profissão – inclusive o diploma – não teria sido recepcionado pela Constituição de 1988.


[Veja em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=109376]

Santo Antônio, rogai por nós!

terça-feira, junho 09, 2009 2 comentários

A antítese personificada


Muitos casais trocarão presentes na próxima sexta-feira, 12. De uns dias pra cá não se fala em outra coisa. Na tevê, propagandas de lojas com promoções especiais. Na internet, super dicas para agradar o parceiro, além de uma enxurrada de cartões de restaurantes e floriculturas. Nessa lógica de mercado, ainda falam em criatividade!


Segundo o portal globo.com, cerca de um bilhão de cartões com mensagens românticas são mandados a cada dia dos namorados, tornando a data uma das mais lucrativas do ano.


A semana mal começou, e eu não agüento mais falar a mesma coisa... Não, não tenho namorado! O que me deixa irritada é a reação de quem pergunta, tanto nos comentários quanto nas expressões faciais. Que fique claro o meu desapego por essa comemoração, pois me contraponho aos valores materialistas da sociedade! (Pensando bem, será que dá tempo descolar um gato até sexta?)


Romantismo

Quem tivesse um amor, nesta noite de lua,
para pensar um belo pensamento
e pousá-lo no vento!


Quem tivesse um amor - longe, certo e impossível -
para se ver chorando, e gostar de chorar,
e adormecer de lágrimas e luar!


Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas,
partisse por nuvens, dormente e acordado,
levitando apenas, pelo amor levado...


Quem tivesse um amor, sem dúvida nem mácula,
sem antes nem depois: verdade e alegoria...
Ah! Quem tivesse... (Mas quem tem? Quem teria?)


(Cecília Meireles. Mar absoluto. Rio de Janeiro, Aguillar, 1967)


Fase de vir para a rua

domingo, junho 07, 2009 2 comentários

Na pressa a gente nem nota que a Lua muda de formato


Ao olhar para o céu nesta noite de junho, me pergunto, assim como Quintana, o que há com a lua? Pois sempre que a gente olha é com o súbito espanto da primeira vez!

“Por mais que eu pense
Que eu sinta, que eu fale
Tem sempre alguma coisa por dizer
Por mais que o mundo dê voltas
Em torno do sol, vem a lua...
Me enlouquecer”

[La Bella Luna, Paralamas]

Um substantivo para o verbo

quinta-feira, junho 04, 2009 0 comentários

Eu não uso guarda-chuva





Não é gosto de gostar! O gosto é outro...

É o gosto pelo qual se percebe os sabores e dissabores das coisas.

Gosto do anseio, do deleite, do desejo, do prazer e da satisfação.

Gosto da angústia, do descontentamento e da mágoa.
É o doce, o azedo, o amargo e salgado.


Aprecie o sabor: www.myspace.com/medullarock