Era para ser apenas uma manifestação em defesa da 1ª Conferência Nacional de Comunicação e contra a criminalização dos movimentos sociais. Mas o protesto promovido em Fortaleza pela Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos) foi além. Dezenas de estudantes de Jornalismo de todo o Brasil que participavam do 30º Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação (Enecom) subverteram a pauta da manifestação e realizaram também um grande ato em defesa da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 17 de junho.

Com o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas, dos sindicatos de jornalistas do Ceará e do Rio Grande do Sul e de estudantes de cinco dos sete cursos de jornalismo da capital (UFC, FIC, FAC, FGF e FA7), os universitários tomaram a Avenida Antônio Sales, que concentra as principais empresas de comunicação do Estado, e seguiram pela Avenida Senador Virgílio Távora, em direção à sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no Ceará.

Vestidos com as camisas da Campanha Nacional em Defesa do Diploma, portando faixas, banners e pirulitos gigantes com imagens satanizadas dos oito ministros do STF que votaram pela extinção da obrigatoriedade do diploma, os universitários ganharam a simpatia de quem passava. Vários carros apitavam em solidariedade aos jornalistas e aos futuros profissionais.

Gritando palavras de ordem e promovendo um apitaço, os estudantes de jornalismo tomaram as escadarias da Anatel. “Vem, vem pra luta, vem. Pelo diploma, vem!”, “Ô Gilmar Mendes, preste atenção, você f... com a nossa profissão”, protestavam os universitários, entre eles Welington Júnior, 20, aluno do sétimo semestre do Curso de Jornalismo da Universidade do Estado da Bahia. “Acredito que temos de lutar para garantir a qualidade da informação produzida, por uma sociedade melhor, onde a relação que nós (jornalistas) mediamos seja pautada pela ética e pela verdade, formando e informando”, defendeu.