quarta-feira, maio 12, 2010 0 comentários

Criatividade e talento na arte que vem da rua

Numa arena improvisada na Avenida Beira Rio, o público aguarda ansioso o início do espetáculo pré-anunciado. Assim que o sol se põe no sábado, eis que surge de uma Kombi colorida a palhaça desengonçada, Keke Kerubina, que trazia consigo uma mala enquanto badalava um sino. A apresentação de Circo e Teatro de Rua, Circuluz Brincante, marca o encerramento dos três dias da Oficina Circularidades, realizada entre os dias 04 e 06 de maio em Imperatriz.

O ponto de apresentação, voltado para as margens do rio, é o encontro da arte com a nossa maior riqueza, o Tocantins. Durante a programação, a plateia se relacionou com diferentes linguagens cênicas: música, teatro e dança. Para o estudante de Comunicação, Erisvan Bone, as manifestações alternativas de cultura possibilitam maior opção para a comunidade. O teatro na rua pode ser conferido gratuitamente. Muitos que passavam pela Beira Rio, pararam pra dar uma espiada.

Em Circuluz Brincante, o diálogo entre a comicidade, cultura popular maranhense e habilidades circenses relevam o espectador como um brincante. Durante momentos mágicos e de grande animação, o público divide o palco com Keke. Os números de malabarismos – com ou sem fogo -, a acrobacia aérea no tecido, dança e nas palhaçadas, a comunicação é direta e a interação é visivelmente bem vinda. A palhaça nomeia os participantes de artistas olímpicos da rua.

Deve-se ressaltar, ainda, que as manifestações folclóricas da cultura popular maranhense são divulgadas pelo trabalho de toda a equipe do espetáculo. O economista mineiro, Wilson José Jr., assistiu à apresentação com a esposa e os filhos e afirmou que o projeto difunde e preserva a cultura maranhense. O pungado, que remete ao Tambor de Crioula, foi convite para entrar na roda. A ciranda encerrou a apresentação que teve cinqüenta minutos de duração, aproximadamente.

Projeto de Circulação - A Oficina Circularidades – Circo e Teatro de Rua, ministrada pela atriz e palhaça Raquel Franco, é fruto da pesquisa desenvolvida pela atriz, a partir do imaginário simbólico e social que envolve a ocupação dos diferentes espaços circulares. A partir disso foram delimitados o teatro de rua, o circo e a cultura popular como ponto de partida destas experimentações e pensamentos. Patrocinado pela Funarte – com o prêmio Miriam Muniz, o projeto circula por algumas cidades do Maranhão e, em Imperatriz, é apoiado pela Fundação Cultural e pela Casa das Artes.

De acordo com a representante da Fundação Cultural de Imperatriz, Lilia Diniz, a primeira apresentação realizada no Bairro Vila Cafeteira, na sexta-feira, reuniu cerca de 250 pessoas. Por meio do prêmio Funarte de Teatro Miriam Muniz, o projeto circulou por São Bento, Arari, Açailândia e Imperatriz. A trupe segue para ministrar oficinas em Balsas nos dias 11, 12 e 13 de maio.